09/09/2025
Em um pronunciamento marcado pela indignação, a deputada estadual Cristiane Dantas (SDD) utilizou o horário dos oradores da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN), na sessão plenária desta terça-feira (9), para lamentar a ocorrência de três feminicídios no último final de semana. A parlamentar destacou que, com os novos casos, o estado já soma 15 feminicídios em 2025, ressaltando que o número continua alarmante, apesar do aumento do debate sobre o tema.
“O que leva a esses homens a acharem que as mulheres são propriedades? Qual é o direito que esses homens têm de matar essas mulheres por machismo, por ciúmes, por não aceitar o fim de um relacionamento?”, questionou a deputada.
A parlamentar fez um breve relato dos crimes. O primeiro caso ocorreu na sexta-feira, vitimando Érica Sueli, de 24 anos, morta pelo companheiro, Franklin Silva, de 38 anos, que foi preso em flagrante. Ela deixou dois filhos, de 7 e 10 anos. No domingo, em Santa Cruz, Maria das Vitórias da Silva, de 42 anos, foi morta a facadas por seu ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento e continua foragido. Por fim, na segunda-feira, um casal foi encontrado morto em um caso com suspeita de feminicídio, sendo a filha de 3 meses resgatada com vida.
Para Cristiane Dantas, os números expressivos, mesmo após o “Agosto Lilás” — mês de conscientização sobre a violência contra a mulher —, demonstram que o machismo está enraizado na sociedade. “Não bastam leis, não bastam discursos. Nós precisamos de mudança dessa cultura machista, de mudança desses homens, de terem a convicção de que as mulheres não são propriedades de ninguém”, afirmou.
A deputada reforçou a importância de dar um “basta” aos feminicídios e de fortalecer as políticas públicas para que a rede de proteção funcione de forma eficaz na prevenção. “A mulher tem o direito de ser livre, de viver com as suas escolhas, de dar um fim no seu relacionamento. Isso não está sendo feito porque os homens não aceitam”, pontuou.
Em um apelo direto, Cristiane Dantas convocou os homens e demais membros da sociedade civil a se engajarem no combate à violência contra a mulher. “Precisamos falar para os homens que, enquanto parlamentares, empresários, profissionais de saúde, em qualquer lugar que vocês estejam, combatam a violência, ajudem essas mulheres a denunciar e a romper esse ciclo de violência para que mais feminicídios não aconteçam”, concluiu.
Álbum de fotos